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Hoje sou LITERALMENTE uma mae de primeira's, àvida a descobrir a cada dia o prazer de "ser-la"

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Foi assim...

Foi assim que peguei o pai: trocando a fralda cheia de coco e xixi, com o bebezinho lindo aos prantos e ele pacientemente o acalmando assim “vc é o amor da minha vida é? Vc sabe que o papai te ama? Precisamos deixar esse bebe limpinho”. A cena seria comum se não fosse com o meu marido, que nunca foi de muitos agradinhos com criança e nem nunca se imaginou pai.
Foi assim que me peguei: as 3hs da manhã bombeando leite e me acabando de sono. Terminada a tarefa, estava voltando pra cama, quando parei na porta do quarto do neném e fiquei ali por um bom tempo olhando-o dormir e achando aquela cena a coisa mais linda do mundo.
E foi assim que NOS PEGAMOS: Lucas mamando, revirando os “zoi” quase entrando em alfa, enquanto o pai tentava cortar as unhas do baby com aquele cortador miniatura, quando de repente ele pega a cabeçinha daquele dedinho minúsculo, o que conseqüentemente ocasionou um choro “duído”, sentido de dor. Me agarrei aquele corpinho num desespero de querer que a dor passasse pra mim, controlando as minhas lágrimas pra não deixa-las cair, porque o papai estava ali se sentindo um bosta, com os olhos marejados, escondendo o rosto e se culpando sem parar.
E foi assim que DESCOBRIMOS o amor incondicional. DESCOBRIMOS em caixa alta e bom som, porque fomos NÓS (Mãe e Pai) que nos pegamos vivendo situações inesperadas escraxando esse amor tão louco e tão sem palavras pra descrever. Foram nesses episódios simplórios que despertamos, pois agora temos outra razão de viver.

sábado, 2 de abril de 2011

Padecer no paraiso

No ultimo dia 30 Lucas fez 2 meses de vida, e nesse meio tempo desfrutei dos mais diversos sentimentos que se pode existir.
Descobri várias razões que desencadeiam uma depressão pos parto, não é difícil de se ter e é mais do real do que se possa imaginar.
A fragilidade que se instala na gravidez nos acompanha por um bom período depois do nascimento do rebento.
Nos doamos por inteiro, todas as energias e nutrientes são sugados no nosso seio para alimentá-lo (amamentação merece um post a parte). Somando-se a isso tem o fato de ser tudo novo: os receios , as dúvidas, o aprender a ser mãe. É aqui que você deixar de cuidar de si para servi-lo.
As noites tornam-se intermináveis, todos os dias são segundas-feiras e a rotina se resume a tentar interpretar os choros do bebezinho indefeso que não consegue falar mas tem muito a dizer quando está aos berros.
Pela fragilidade intensa, teve horas que me perguntei: pra quê eu inventei isso??? Teve instantes que questionei por que é tão difícil, se todos diziam ser tao lindo???Em alguns momentos, ao ver o marido sair pro trabalho, falei pra mim mesma: é a mãe que se Fu. Senti raiva por ter que ficar só, cuidando do filhotinho. Chorei junto com ele quando não fui capaz de fazer as terríveis cólicas passarem de imediato ou quando o cansaço pela falta da dormida me dominava loucamente. E na fantasia que a população cria pelo ato de parir e de se tornar mãe, mais uma vez deixa reclusa a realidade e a dureza do que é o pós parto.
Não me conformo com os avisos do tipo “se prepara”. Gostaria que fosse muito explicito o quão difícil vai ser quando você chegar em casa com uma criança nos braços, o quão estranho você vai se sentir, a quantidade de sentimentos e sensações que vão se misturar, e que você não precisa se culpar, pois é normal e tudo tende a melhorar.
Foi nesse mix de confusões que tive, que procurei aquele amor incondicional que tanto se fala. O amor incondicional é latente, fica escondidinho lá dentro. Ele mostra seus sinais quando, por exemplo, a avó pede pra levar seu filho pra passar a noite na casa dela e você, mesmo cansada, não é capaz de deixá-lo ir. Mas ainda não é nada explicito.
O amor incondicional exposto e escraxado vai sendo cativado no dia a dia e se revela louco quando você se pega com saudade do pequenininho enquanto vai ali na farmácia e o deixa em casa, ou quando você vê-lo descobrir coisas novas como chupar os dedos ou com um simples sorrizinho tímido.
É assim que vou padecendo no paraíso, revelando pra mim mesma o que é o amor incondicional e que ele realmente existe.